Editorial | v. 69 | 2017
Não há fato marcante na história da agricultura brasileira que não tenha a participação do Instituto Agronômico de Campinas, o nosso IAC.
D. Pedro II, o monarca que , em 1887, criou o instituto com o nome de Imperial Estação Agronômica de Campinas, era um homem culto e estudioso, um amante das ciências. Nascido sob o signo do amor ao progresso científico, o IAC sempre esteve atento às demandas da agricultura paulista e nacional. Uma de suas primeiras realizações foi a criação de um departamento forte na análise da composição dos solos e suas potencialidades. Desde a década de 1930, sua principal linha de pesquisa institucional é o melhoramento genético de plantas. Com o café é possível medir o impacto de suas pesquisas: 90% do parque cafeeiro nacional, tipo arábica, são constituídos por plantas com genética do instituto. Nos citros, o combate às doenças realizado pelas pesquisas do IAC há mais de 50 anos garante que São Paulo seja o maior exportador de suco de laranja do mundo. No feijão nosso de cada dia, há mais de 40 cultivares desenvolvidos pelos seus pesquisadores. E, assim, são inúmeros os exemplos.
O IAC já desenvolveu 1.060 cultivares de 99 espécies, entre grãos e fibras, café, flores, frutas, hortaliças, citros, seringueira e outros: uma média de 13 cultivares por ano. Consumir frutas temperadas no Brasil é obra do IAC, assim como a tropicalização de frutas como pêssego, nêspera, ameixa e caqui; as variedades de cana-de-açúcar que proporcionam a obtenção de etanol, o amendoim com alto teor de ácido oleico, a alface da série Brasil, tomate resistente a viroses e mandioca resistente à bacteriose. Seus pacotes tecnológicos contribuem para elevar a produtividade das lavouras e a qualidade dos produtos. Há 130 anos, o IAC sintetiza no Brasil o mais nobre dos ramos da ciência e da pesquisa: a produção de alimentos. Os requisitos da pesquisa científica – essencialidade, competitividade, responsabilidade e credibilidade – são também os valores do IAC. Eles prenunciam um futuro inovador e eficiente, com importantes conquistas para o setor agropecuário e para a sociedade. É ela a beneficiária primeira da ação do Instituto Agronômico.
Geraldo Alckmin
Governador do Estado de São Paulo