Cultivares IAC

Charleston Gonçalves 1, Adriano T. E. Aguiar e Luiza M. Capanema

1 charleston@iac.sp.gov.br Centro de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Horticultura, IAC.

Dentre as novas variedades lançadas pelo Instituto Agronômico, encontram-se 13 cultivares de citrus com características de produtividade e resistência melhoradas, destinados para os mais diversos mercados. Listam-se também dois cultivares de feijão com resistência a diversas doenças e com boa produtividade, e um cultivar de amendoim com características atrativas tanto para o mercado interno como para o externo, além de ser resistente a diversas pragas e doenças.

Feijão IAC Tigre

Possui grãos rajados com tegumento tipo “Pinto Bean”, sendo um feijão muito apreciado por americanos e canadenses e muito procurado para exportação. Apresenta coloração creme com pintas de cor marrom claro espalhadas por todo o grão. Planta com porte ereto, apresenta resistência à ferrugem e ao mosaico comum, e moderada resistência à antracnose, ao crestamento bacteriano, à mancha angular, às ulmurchas de fusarium e a Curtobacterium. É recomendado para o cultivo na época das “águas”, da “seca” e de “inverno” no Estado de São Paulo, podendo ser plantado também nas épocas da “água” e da “seca” nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Feijão IAC Nuance

Cultivar com grãos rajados de colaração creme com listras na cor vinho claro. Apresenta sementes elípticas (arredondadas) e massa de mil grãos superior a 500 g. É o primeiro cultivar brasileiro de grão rajado tipo cramberry destinado à exportação de grãos. Pela produtividade obtida, tolerância aos patógeno da Antracnose, à ferrugem, à mancha angular e ao mosaico comum, e principalmente por apresentar porte ereto de planta, é recomendado para o cultivo na época das “águas”, da “seca” e de “inverno” no Estado de São Paulo, podendo ser recomendado também para a época das “águas” e da “seca” nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Cidra IAC 689 Diamante

Planta de porte pequeno, com folhas verdes, flores brancas ou apurpuradas (arroxeadas) e com espinhos. O fruto exala fragrância e tem importância comercial em função de sua preferência pelos processadores. Apresenta-se longo oval ou elipsoide, franzido na base e com grande mamilo no ápice. Quando maduro, apresenta a casca amarelada, lisa ou com ligeiras nervuras, muito grossa e carnuda. A polpa é não suculenta, ácida e com muitas sementes. Apresenta produtividade média de 60 kg/planta. Possui moderada tolerância à tristeza dos citros e ao cancro cítrico. Suscetível ao vírus da leprose dos citros. Como todos os cultivares de citros, é também suscetível ao huanglongbing (greening). Ideal para o mercado de frutas frescas, principalmente para processamento na forma de doces, frutas cristalizadas, geleias, raspas da casca e para fragrâncias.

Citrandarin IAC 3007

Apresenta planta com altura média de 2,33 metros, diâmetro de copa de 2,70 metros e volume (m3) de 9,14. Frutos com massa média de 206,3 g, rendimento do suco de 48,2% e °Brix de 11,3. É indicado para as regiões centro e norte do Estado de São Paulo. É tolerante à morte súbita dos citros, tristeza e gomose de Phytophthora. O cultivar é caracterizado como porta-enxerto para variedades copa de citros apresentando folhas trilobadas. Cultivar de porta-enxerto que induz, à variedade de copa, o porte semiananicante, boa qualidade de fruta e boa tolerância à seca. Pode ser recomendado para plantios mais adensados.

Citrandarin IAC 3070

Apresenta planta com altura média de 2,33 metros, diâmetro de copa de 2,20 metros e volume (m3) de 6,54. Frutos com massa média de 198 g, rendimento do suco de 51,1% e °Brix de 11. É indicado para as regiões centro e norte do Estado de São Paulo. É tolerante à morte súbita dos citros, tristeza e gomose de Phytophthora. O cultivar é caracterizado como porta-enxerto para variedades copa de citros, apresentando folhas trilobadas. Cultivar de porta-enxerto que induz, à variedade de copa, o porte semiananicante, boa qualidade de fruta e boa tolerância à seca. Pode ser recomendado para plantios mais adensados.

Citrandarin IAC 3152

Apresenta planta com altura média de 2,67 metros, diâmetro de copa de 3,03 metros e volume (m3) de 12,89. Frutos com massa média de 218,3 g, rendimento do suco de 51,3% e °Brix de 11. É indicado para as regiões centro e norte do Estado de São Paulo. É tolerante à morte súbita dos citros, tristeza e gomose de Phytophthora. O cultivar é caracterizado como porta-enxerto para variedades copa de citros e apresenta folhas trilobadas. Cultivar de porta-enxerto que induz, à variedade de copa, o porte semiananicante, boa qualidade de fruta e boa tolerância à seca. Pode ser recomendado para plantios mais adensados.

Citrandarin IAC 3299

Apresenta planta com altura média de 3,12 metros, diâmetro de copa de 3,40 metros e volume (m3) de 19,28. Frutos com massa média de 221,3 g, rendimento do suco de 48,6% e °Brix de 9,8. É indicado para as regiões centro e norte do Estado de São Paulo. É tolerante à morte súbita dos citros, tristeza e gomose de Phytophthora. O cultivar é caracterizado como porta-enxerto para variedades copa de citros, com folhas trilobadas. Cultivar de porta-enxerto que induz, à variedade de copa, o porte semiananicante, boa qualidade de fruta e boa tolerância à seca. Pode ser recomendado para plantios mais adensados.

Citrandarin IAC 3155

Apresenta planta com altura média de 2,50 metros, diâmetro de copa de 2,77 metros e volume (m3) de 9,95. Frutos com massa média de 211,3 g, rendimento do suco de 56,4% e °Brix de 10,4. É indicado para as regiões centro e norte do Estado de São Paulo. É tolerante à morte súbita dos citros, tristeza e gomose de Phytophthora. O cultivar é caracterizado como porta-enxerto para variedades copa de citros, com folhas trilobadas. Cultivar de porta-enxerto que induz, à variedade de copa, o porte semiananicante, boa qualidade de fruta e boa tolerância à seca. Pode ser recomendado para plantios mais adensados.

Laranja IAC 2014

Apresenta porte médio e seus frutos possuem maturação em meia estação e conservam-se nas plantas alguns meses depois de maduros. Os frutos têm massa de 120 a 250 g, casca com cor variando entre verde-alaranjado e alaranjado. A produção atinge em média 120 kg/planta, suco abundante, sendo 49% do peso do fruto, com acidez de 0,3 a 0,8% e ratio entre 14 e 17. As plantas apresentam incompatibilidade com Poncirus trifoliata e seus híbridos, quando usados como porta-enxerto. É resistente à exocorte, sorose e xiloporose e apresenta moderada tolerância à tristeza dos citros. Como todos os cultivares de laranja doce, também é suscetível ao huanglongbing (greening). Indicado para o Estado de São Paulo, à exceção das regiões sul e sudoeste. Atende ao mercado de fruta fresca, com período de colheita próximo de outras laranjas peras, com boa produtividade média por planta e frutos quase sem sementes.

Mexerica IAC 580 Victória

Cultivar de porte médio, com boa produtividade, frutos de tamanho pequeno a médio, forma oblata, de casca levemente rugosa e coloração amarelo-alaranjada, com ápice e base truncados. Maturação precoce a meia-estação, iniciando-se em maio/ junho para as condições de Cordeirópolis, SP. Frutos com massa média de 98 g, polpa de cor alaranjada, com média de 18 sementes por frutos. Rendimento de suco de 40% da massa, ‘ratio’ médio 11,4, teor de sólidos solúveis de 11,7 oBrix e acidez 0,9%. Apresenta alternância de produção, sendo necessário o desbaste de frutos jovens. Resistente à mancha marrom de alternária. Seu uso, como fruta fresca, permite maior diversificação varietal aos citricultores.

Mexerica IAC 585 Late

Possui porte médio, boa produtividade, com frutos de tamanho pequeno a médio, forma oblata, de casca lisa com glândulas de óleo proeminientes e coloração amarelo-alaranjada. Sua maturação é tardia, iniciando-se em junho/agosto para as condições de Cordeirópolis, SP. Frutos com massa média de 93 g, polpa de cor alaranjada, com média de 13 sementes por frutos. Rendimento de suco de 45% da massa, ‘ratio’ médio 10,3, teor de sólidos solúveis de 11,1 oBrix e acidez 1,2%. Sendo similar à Mexerica do Rio, apresenta boa adaptação a todas as regiões do Estado de São Paulo.

Mexerica IAC 606 Mogi das Cruzes

Cultivar de porte baixo com boa produtividade. Frutos de tamanho pequeno a médio, casca levemente rugosa com glândulas de óleo conspícuas e coloração alaranjada. Apresenta maturação precoce na meia-estação, iniciando-se em maio/junho para as condições de Cordeirópolis, SP. Frutos com massa média de 108 g, polpa de cor alaranjada, média de 17 sementes por frutos. Rendimento de suco de 42% da massa, ‘ratio’ médio 11,3, teor de sólidos solúveis de 11,3 oBrix e acidez 0,9%. Apresenta resistência à mancha marrom de alternária. Se adequa muito bem ao gosto do consumidor brasileiro como fruta fresca.

Tangerina IAC 555 Rosehaugh Nartjee

Planta de porte médio com boa produtividade e frutos de forma oblata, base côncava com colar e ápice deprimido. Casca lisa com glândulas de óleo proeminentes. Maturação de meia-estação a tardia, iniciando-se em junho/agosto para as condições de Cordeirópolis, SP. Frutos com massa média de 146 g, casca e polpa de cor alaranjada, com média 14 sementes por frutos. Rendimento de suco de 43% da massa, ‘ratio’ médio 17,7, teor de sólidos solúveis de 11,1 oBrix e acidez 0,5%. Suscetível à mancha marrom de alternaria, como a maioria dos cultivares de tangerina. Está adaptada à região avaliada e demais regiões do Estado de São de Paulo. É muito bem aceito ao gosto do consumidor brasileiro como fruta fresca. Seu uso permite maior diversificação varietal aos citricultores.

Tangerina IAC 565 Imperatriz

A árvore possui porte médio, boa produtividade, com frutos de forma achatada com pescoço, maturação de meia-estação a tardia, iniciando-se em junho/agosto, prolongando-se até setembro para as condições de Cordeirópolis, SP. Frutos com massa média de 112 g, casca e polpa de cor alaranjada, média de 13 sementes por fruto. Rendimento de suco de 50% da massa, ‘ratio’ médio 12,7, teor de sólidos solúveis de 9,7 oBrix e acidez 0,85%. É suscetível à mancha marrom de alternária. Sendo similar à Ponkan, apresenta boa adaptação a todas as regiões do Estado de São Paulo.

Tangor IAC 2013 WM

Apresenta porte médio, boa produtividade, com frutos de tamanho médio a grande, de coloração alaranjada. Casca ligeiramente aderente, porém fácil de descascar, com poucas ou nenhuma semente. Frutos com massa média de 110 g, polpa de cor alaranjada forte, com rendimento de suco de 48% da massa, ‘ratio’ médio 12,5, teor de sólidos solúveis de 10,9 oBrix e acidez 0,8%. Maturação tardia de junho a agosto para as condições de Cordeirópolis, SP. Cultivar que apresenta boa adaptação a todas as regiões do Estado de São Paulo, sendo suscetível à mancha marrom de alternária.

Amendoim IAC OL 05

Cultivar com plantas com hábito de crescimento rasteiro e de crescimento vegetativo determinado. Apresenta alto teor de ácido oleico, com cerca de 70 a 80%. Seus grãos se ajustam à demanda da indústria de confeitaria nacional e internacional. Seu ciclo é de 125 a 130 dias, tornando-a mais ajustada às áreas em que é plantada na rotação com cana-de-açúcar. Possui resistência à mancha preta, sendo moderadamente resistente à virose Tomato Spotted Wilt Virus (TSWV). É bem produtivo nas diferentes regiões do Estado de São Paulo..